segunda-feira, 13 de abril de 2009

Portugal "Franchisável"

A evolução e as características do mercado, não só português mas internacional, incentivam, desde os tempos da Revolução Industrial, a constante inovação ao nível de produtos, produção, estatégias de crescimento, entre outros, disseminando a ideia, correcta até certo ponto, que quem garantisse inovação de forma contínua, ao nível dos seus produtos e não só, ganharia quota de mercado e triunfria sobre a concorrência. Tal é verdade mas onde nos encontramos agora? Quanto epaço existe, realmente, no mercado actual para a Inovação? Mais importante, quanto espaço existe, para que a Inovação seja frutífera em termos de resultados económicos? Ao nível de Inovação em termos de produtos esta passa, essencialmente, por metamorfosear aqueles já existentes e mesmo esses têm sido alvo da tantas modificações, quer a nível físico quer a nível de percepções deles desenhadas, que o espaço para a introdução de inovações relevantes capazes de vingar no mercado tornou-se diminuto, diminuindo também a possibilidade de vingar no mercado através de inovação ao nível de produtos. Mas, então, porque se fala tanto e se incentiva à Inovação de forma tão premente? A inovação é, sem dúvida, o caminho a percorrer para obter a diferenciação e o aumento da produtividade que permitirão ganhos de competitividade mas esta Inovação já não passa pela introdução de um produto revolucionário no mercado, esta Inovação ocorre ao nível de procedimentos, de métodos de trabalho, de métodos de gestão e de estratégias Inovadoras de Crescimento. Ora, é aqui que o Franchising entra, como, exactamente, uma estratégia inovadora de crescimento e de gestão. Assumindo a saturação de mercado em termos de diversificação de oferta, a possibilidade de integrar o mercado através dum formato Franchising permite, simultaneamente, evitar a não aceitação do mercado de um produto novo (uma vez que o produto a comercializar já existe e já foi aceite pelo mercado) e o acesso ao histórico de "know-how" da empresa Franchisadora que coloca o Franchisado num estádio de conhecimento de produto e procedimentos mais susceptível ao despoletar de acções inovadoras relevantes para o mercado.
Extrapolando para o mercado nacional, e dada a pouca aptência pelo risco capaz de gerar Inovação e a não muito estimulada actividade de Investigação & Desenvolvimento que constitui a base para um processo de Inovação sustentado, a adopção de Franchising como estratégia de crescimento a adoptar pelas empresas já existentes e como destino do Investimento a realizar por potenciais Empreendedores reveste-se de pertinência mais que óbvia.
Os dados estatísticos comprovam a pertinência gritante da adopção de Franchising como modelo de implementação (Franchisado) e crescimento (Franchisador) de negócio, revelando, nos últimos anos, um aumento abismal do nºde empresas franchisadoras em Portugal, sendo a maior parte delas marcas portuguesas, do volume de emprego afecto a actividades em Franchising e do volume de negócios gerado pelo Franchising.

2 comentários:

  1. A minha interpretação do seguinte artigo vai contra toda a minha percepção e abordagem que faço em termos de negócio. Sendo eu empresário/proprietário de uma fábrica de produtos para telecomunicações, sempre cultivei a ideia de Inovação como lema de crescimento a seguir.Será que sou eu que estou errado?Eu e muitos teóricos económicos que apontam a Inovação como o caminho a percorrer rumo ao Crescimento Económico?
    De qualquer das formas gostaria também de louvar este espaço onde se possam discutir questões pertinentes ao nível do estado do tecido empresarial em Portugal.
    Joaquim Silva

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  2. Caro Sr. Joaquim Silva, não está, de forma alguma, errado. A Inovação é, de facto, um factor decisivo de crescimento e prosperidade económica. No entanto, o artigo aqui publicado visa uma análise pragmática, e não tanto teórica, das reais potencialidades e possibilidades da Inovação se assumir em Portugal como factor de crescimento. É inegável que Inovação terá de fazer parte do vocabulário de qualquer empresário, empreendedor ou economista mas se o é, porque não ocorre? Porque não assistimos a processos de Inovação contínuos capazes de sustentar o Crescimento Económico? E é neste sentido, lançando um olhar crítico sobre os aspectos da Inovação em Portugal, que ensaiamos a importância da formatação de negócio em Franchisig em Portugal apontando vantagens que a transformam num modelo a seguir/implementar para o crescimento das empresas nacionais adequado e compatibilizado com a realidade portuguesa e com as cracterísticas da Inovação em Portugal, daí o título "Portugal Franchisável", aludindo às cracterísticas do mercado que propiciam e se compatibilizam com a formatação de negócio em Franchising.
    Agradecendo desde já a sua participação e aguardando novas intervenções, Teamvision.

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